O relacionamento filogenéticos de gêneros e famílias de de Aplousobranchia Lahille (Tunicata, Ascidiacea) foi reconstruída com base em caracteres morfológicos - esta constitui a primeira análise filogenética morfológica abrangente para Aplousobranchia. A monofilia de Aplousobranchia e suas famílias foi testada com espécies de 14 famílias. A matriz final compreendeu 47 caracteres e 41 gêneros como taxons terminais. Nove árvores igualmente parcimoniosas (comprimento 161 passos, CI = 0.5031, RI = 0.7922) foram encontradas. Caracteres descrevendo reprodução, formação de sistemas de zoóides nas colônias e relacionados com a parede da faringe foram os mais importantes na reconstrução filogenética. Estes caracteres apresentaram maior sinal filogenético do que outros mais tradicionalmente utilizados na taxonomia de Ascidiacea como divisão do corpo, posição do coração, gônadas e epicárdio. Caracteres pouco utilizados como musculatura da parede do corpo, musculatura associada aos vasos sanguíneos transversais da faringe e arranjo das papilas adesivas da larva também apresentaram informação filogenética. Os resultados suportam a monofilia de Aplousobranchia sensu Lahille, 1887 incluindo apenas Polycitoridae, Polyclinidae e Didemnidae. Por outro lado, Aplousobranchia incluindo também Cionidae e Diazonidae não é taxon monofilético já que Perophora e Ecteinascidia foram incluídos como grupos internos no cladograma; Ciona (próximo a Ascidia) não pôde ser incluído em Aplousobranchia e não foi possível definir a posição de Rhopalaea e Diazona. Uma classificação revisada baseada nesta análise filogenética é proposta, na qual Aplousobranchia possui 15 famílias, sendo três novas famílias e um táxon indeterminado.
The phylogenetic relationships of genera and families of Aplousobranchia Lahille (Tunicata, Ascidiacea) is reconstructed based on morphological characters - the first comprehensive morphology-based phylogenetic analysis for the Aplousobranchia. Monophyly of Aplousobranchia and its families were tested with samples of 14 families. The final character matrix comprised 47 characters and 41 genera as terminal taxa. Nine equally most parsimonious trees (length 161, CI = 0.5031, RI = 0.7922) were found. Characters describing replication, colony system formation, and branchial walls were the more important in phylogenetic reconstruction. These characters were more useful than others more traditionally used in ascidian taxonomy, such as: body division, position of the heart, gonads and epicardium. Characters not frequently used in phylogenetic analysis, such as body wall muscles, muscles associated with transversal blood vessels and arrangement of the larval papillae, also have phylogenetic information. Results supported monophyly of the Aplousobranchia sensu Lahille, 1887 including only Polycitoridae, Polyclinidae, and Didemnidae. On the other hand, Aplousobranchia including also Cionidae and Diazonidae is not monophyletic since Perophora and Ecteinascidia were included as ingroups in the cladogram, Ciona (now closer to Ascidia) was no longer included in Aplousobranchia and the position of Rhopalaea and Diazona is not resolved. We propose a revised classification based on this phylogenetic analysis, in which Aplousobranchia, with three new families and an indeterminate taxon, now has 15 families.